Síndrome de Burnout: as 6 coisas que tem mesmo de saber
O burnout é uma condição que afeta já mais de 1 milhão de portugueses. Associado à pressão e ao stress em contexto de trabalho, esta síndrome pode ter graves consequências para a saúde se não for identificada e tratada a tempo.
Por isso, reconhecer os primeiros sintomas de burnout é essencial para travar a evolução e tratar de forma adequada este problema.
Neste artigo explicamos-lhe quais são os sinais de alerta, as causas, consequências e formas de tratamento do burnout e damos-lhe algumas estratégias para lidar com o stress no trabalho.
1. O que é o burnout?
O conceito de burnout está diretamente ligado à vida profissional. Profissões mais exigentes e com elevados níveis de stress podem levar a um estado de esgotamento que o incapacita de desempenhar as suas funções. No entanto, o burnout pode acontecer em profissionais de todas as áreas, e até mesmo em estudantes, que estejam sujeitos a altos níveis de exigência e pressão.
O estado de burnout caracteriza-se por uma enorme exaustão emocional, pelo desinteresse no trabalho e, também, por constantes sentimentos de ineficácia ou incompetência.
Apesar de ter origem no contexto profissional, o burnout tem consequências diretas na vida pessoal.
Desmotivação, cansaço, fadiga e insatisfação passam a ser sentimentos comuns no dia-a-dia de quem sofre de Síndrome de Burnout.
2. Quais são as causas do burnout?
O burnout tem sempre origem no contexto profissional e pode ter diferentes causas associadas:
- Carga de trabalho excessiva, turnos e ausência de paragens durante o dia de trabalho;
- Falta de autonomia e excesso de controlo sobre as tarefas;
- Falta de reconhecimento por parte de superiores hierárquicos;
- Execução de atividades perigosas ou emocionalmente exigentes;
- Relações complicadas com colegas ou superiores hierárquicos;
- Vida pessoal comprometida pelas condições laborais.
Muito se tem debatido acerca do papel da liderança no burnout. Terão as chefias um papel importante a desempenhar para evitar casos de esgotamento profissional?
A propósito deste tema, cujo debate é crucial, sugerimos o livro “Ligar o Sinal de Alerta: A Influência da Liderança no Burnout”. Os autores, Carla Ribeiro, Pedro Ramos e Wander Carvalho falam sobre as causas e efeitos do burnout numa perspetiva de gestão e liderança.
3. Quais são os principais sintomas de burnout?
Por vezes, existe alguma tendência em desvalorizar os primeiros sinais do que poderá vir a tornar-se um burnout. Por isso, estar atento pode fazer toda a diferença para conseguir travar esta condição de esgotamento, antes que evolua para uma condição mais grave.
Entre os principais sintomas de burnout destacamos:
- Cansaço físico e mental;
- Negatividade;
- Desmotivação, desinteresse e falta de vontade para realizar atividades ou estar com pessoas;
- Dificuldade de concentração;
- Falta de energia;
- Sentimento de incompetência;
- Sensação de que já não se gosta de fazer as mesmas coisas;
- Alterações de humor;
- Tendência para se isolar.
4. Quais as consequências do burnout?
Quem sofre de burnout vê-se incapacitado para desempenhar as funções profissionais, bem como para manter uma vida social normal e saudável.
O estado de burnout é impossível de ignorar, pois tem graves consequências em todos os aspetos da vida.
Quando não é tratada, a Síndrome de Burnout pode evoluir para quadros mais graves, como depressões profundas e, em alguns casos, pode mesmo levar ao suicídio.
Além da impossibilidade de executar as habituais tarefas no local de trabalho, uma pessoa com burnout sente-se também incapacitada para se relacionar com outras pessoas, seja no contexto de trabalho ou pessoal.
As consequências do burnout refletem-se também nas próprias empresas, pois a diminuição da produtividade, eventuais acidentes de trabalho e baixas médicas são fatores que afetam de forma negativa o normal funcionamento das organizações.
5. Como é feito o tratamento da Síndrome de Burnout?
Depois de confirmados os sintomas e de ser diagnosticado o burnout, é importante abrandar o ritmo de trabalho e delegar algumas tarefas, reorganizando o seu trabalho.
É fundamental procurar um psicólogo que, através de psicoterapia, o irá ajudar a encontrar ferramentas para lidar com situações como as que levaram a este estado de esgotamento profissional. Quando necessário, o psicólogo pode recomendar um psiquiatra para iniciar um tratamento farmacoterapêutico adequado aos sintomas.
6. Que estratégias podem evitar ou ajudar a lidar com o burnout?
O burnout pode acontecer a qualquer pessoa, em qualquer tipo de trabalho. No entanto, pessoas mais susceptíveis ao stress ou com uma autoestima mais baixa, podem estar mais sujeitas a atingir um estado de esgotamento profissional.
Existem pequenas práticas que pode implementar no dia-a-dia que são úteis para ajudar a lidar com o stress. Faça exercício físico, relaxe, pratique meditação e conviva com pessoas positivas e que o façam sentir bem.
Por outro lado, também as empresas podem (e devem) assumir um papel preventivo, que contribua para um local de trabalho mais saudável.
- Alinhar, o mais possível, os objetivos da empresa e dos colaboradores;
- Estabelecer horários de trabalho razoáveis e que permitam um equilíbrio com a vida pessoal;
- Oferecer formação contínua;
- Encorajar o respeito e a colaboração entre os elementos das equipas;
- Desenvolver iniciativas que incentivem a prática desportiva ou atividades de relaxamento;
- Melhorar a comunicação;
- Mostrar reconhecimento pelo trabalho desempenhado;
- Implementar ferramentas capazes de agilizar tarefas, poupando tempo e diminuindo os níveis de stress dos colaboradores; no caso de lares de idosos ou outras respostas sociais similares, ferramentas como o Ankira tornam o planeamento e registo de cuidados nos lares de idosos mais simples, permitindo aos colaboradores terem mais tempo para outras tarefas;
- Perceber qual o papel que as chefias desempenham na prevenção de casos de burnout.
A prevenção do esgotamento profissional é possível. Como? Através de uma mudança de mentalidade e de filosofia de trabalho.
Fique atento ao nosso próximo artigo, onde abordaremos a relação entre a gestão de pessoas e o burnout.