Gestão de pessoas e burnout: o papel da liderança no esgotamento profissional
O burnout representa um dos maiores problemas associados ao ambiente profissional. Além das consequências para a saúde mental, o burnout afeta também o desempenho profissional e a vida pessoal de quem sofre desta condição.
Se inicialmente se pensava que o burnout estava apenas associado a profissões de risco ou sujeitas a níveis mais altos de stress, hoje sabemos que pode afetar qualquer pessoa em qualquer área profissional.
É comum que se desvalorizem os primeiros sintomas de burnout. Quanto não existe um tratamento adequado, o esgotamento profissional pode trazer consequências muito graves, podendo mesmo levar ao suícido.
Mas, afinal, quais as causas do burnout?
A intensidade do ritmo de trabalho, competição, carga horária excessiva, líderes pouco empáticos, desequilíbrio entre a vida pessoal e profissional, são apenas alguns dos fatores que podem tornar o ambiente de trabalho difícil de gerir.
Esta tensão emocional vivida em permanência leva ao burnout que, por sua vez, causa desmotivação, baixo desempenho e dificuldade em trabalhar em equipa, o que tem um impacto direto nos resultados das empresas. Profissionais que atingem este estado de exaustão mental faltam mais, são menos produtivos e estão mais sujeitos a acidentes de trabalho.
Muito se tem refletido sobre o contributo das empresas para esta doença que afeta cada vez mais trabalhadores em todo o mundo.
Estarão as empresas atentas à saúde mental dos seus colaboradores?
Quais os maiores desafios na gestão de pessoas?
O conceito de liderança tem sofrido alterações ao longo dos últimos anos. Liderar é, hoje, muito mais do que chefiar.
Diariamente, os líderes têm de dar resposta a desafios como:
- Adaptação a mudanças constantes: as empresas têm necessidades diferentes ao longo do tempo e é fundamental que exista uma adaptação a novos cenários;
- Gestão de tempo: gerir de forma eficaz o tempo em ambientes de trabalho exigentes é fundamental;
- Delegar tarefas: o que exige acompanhar todo o processo de forma a obter os resultados pretendidos;
- Recrutar de forma eficaz: é importante que o líder conheça os processos de recrutamento e seleção, de forma a conseguir atrair o melhor talento para a sua equipa;
- Comunicar de forma clara e assertiva: a comunicação é, talvez, um dos maiores segredos de uma boa liderança. Ter a capacidade de ouvir, ser empático e comunicar de forma transparente;
- Capacidade de se relacionar: além da empatia, o líder deve ter a capacidade de se relacionar com a sua equipa, motivando os colaboradores e acompanhando o seu trabalho.
É importante que os colaboradores admirem o propósito do seu líder e que se identifiquem com as suas necessidades.
No entanto, é muito importante que os líderes sejam treinados para o cargo que ocupam. Só desta forma conseguirão representar e valorizar a sua equipa.
Podem as empresas evitar o stress no ambiente de trabalho?
A saúde mental deve, cada vez mais, ser uma preocupação das empresas relativamente aos seus colaboradores.
O burnout está quase sempre relacionado com cargas horárias excessivas, pouca autonomia no trabalho, falta de apoio e de valorização.
É importante que as organizações repensem as formas de trabalho e, mais ainda, estejam atentas aos sinais de alerta. A este propósito sugerimos o livro Ligar o Sinal de Alerta – A Influência da Liderança no Burnout, de Carla Ribeiro, Wander Carvalho e Pedro Ramos, onde se aborda o burnout numa perspetiva de gestão e liderança.
É fundamental que as chefias ouçam os seus colaboradores, percebam e tenham em conta as suas necessidades, implementando medidas para dar resposta a estas questões.
É natural que os líderes se foquem em resultados. E a boa notícia é que é possível atingir os resultados propostos sem levar as equipas à exaustão mental.
Como?
- Implementação de uma cultura de trabalho inclusiva e de bem-estar: a inclusão, o bem-estar e a justiça para com os colaboradores devem ser prioridades na organização;
- Comunicação transparente: uma mensagem clara e assertiva transmite confiança aos colaboradores. Os líderes devem falar abertamente com a equipa sobre expectativas e responsabilidades, por exemplo;
- Gestão de carga horária: o ajuste da carga de trabalho e prazos a cumprir deve ser realista e adequado a cada colaborador, mediante a sua capacidade de lidar com a pressão;
- Dar mais autonomia e flexibilidade: a flexibilidade de horário ou local e a possibilidade de desempenhar funções adequadas ao seu perfil, são fatores que motivam os colaboradores;
- Liderar pelos pontos fortes: realçar os pontos fortes e elogiar os colaboradores quando estes desempenham um bom trabalho;
- Escutar e apoiar.
Os líderes desempenham um papel fundamental no desenvolvimento de culturas organizacionais capazes de mitigar as principais causas de burnout nos seus colaboradores.
Há várias estratégias que podem ser adotadas de forma a agilizar as formas de trabalho e aumentar a motivação das equipas para que, de forma equilibrada, trabalhem em sintonia para alcançar resultados comuns.
A implementação de soluções como o Ankira permite uma otimização de processos e uma gestão integrada dos diferentes departamentos, facilitando as tarefas dos colaboradores e deixando-os com mais tempo livre para se dedicarem a outros objetivos.
O burnout é uma condição psicológica com uma prevalência cada vez maior e à qual não se tem dado a devida importância. Gradualmente, as organizações começam a ficar mais sensíveis a este tema. É fundamental investir no desenvolvimento dos líderes para que consigam dar resposta a este grande desafio.