A importância da personalização no cuidado ao idoso para o seu bem-estar e qualidade de vida
O envelhecimento da população é uma realidade bastante presente no nosso país, com um aumento significativo no número de idosos nas últimas décadas. Este fenómeno traz consigo a necessidade da personalização no cuidado ao idoso, garantindo uma abordagem mais individualizada e eficaz.
Ao longo dos anos, o modelo de cuidado aos idosos tem sofrido mudanças significativas.
Desde a década de 1960/70 que se tem desenvolvido a ideia de um modelo de cuidados que assenta, essencialmente, num modelo de maior personalização dos cuidados, ou seja, em colocar a pessoa cuidada no centro da relação. Apesar de a sua implementação colocar desafios muito significativos a todas as partes envolvidas, existe um consenso à volta de alguns aspetos que constituem este modelo de cuidado:
a) simetria e parceria de relações entre as partes;
b) comunicação e partilha de informação entre os integrantes da relação;
c) participação do idoso e os seus familiares nas decisões relativas ao cuidado;
d) respeito aos valores e crenças do idoso.
Assim, a personalização no cuidado ao idoso é absolutamente fundamental para garantir a qualidade de vida e o bem-estar desta geração.
Os 5 maiores benefícios da personalização no cuidado ao idoso
A personalização na prestação de cuidados permite dar resposta às necessidades individuais de cada idoso de maneira eficaz e apresenta vários benefícios. Estes são os 5 maiores benefícios desta abordagem.
1. Melhoria na qualidade de vida do idoso
Ao atender às necessidades específicas do idoso, é possível oferecer-lhe uma rotina mais satisfatória, com atividades mais significativas. O resultado é uma maior satisfação pessoal, bem como o seu bem-estar físico e emocional.
2. Promoção da autonomia e independência
Ao ter em consideração as limitações de cada idoso, é possível proporcionar um ambiente seguro e confortável que permita que eles continuem a realizar as atividades diárias com autonomia, dentro do possível. Isto contribui para a sua autoestima e autoconfiança, além de permitir uma sensação de maior controlo sobre a própria vida.
3. Estímulo ao bem-estar físico e emocional
Com esta abordagem mais holística, os profissionais podem considerar não apenas as necessidades físicas, mas também as emocionais, sociais e mentais do idoso. Isto pode incluir aspetos como hobbies, interesses, preferências alimentares, estilo de vida e a criação de um ambiente que seja familiar e confortável para o idoso.
4. Prevenção de problemas de saúde
Ao conhecer as particularidades de cada idoso, é possível identificar precocemente possíveis riscos e implementar medidas preventivas adequadas. Além disso, a personalização permite que os cuidadores sejam mais recetivos às mudanças de saúde do idoso, como sintomas de doenças crónicas, e tomem as medidas necessárias para um tratamento adequado e uma recuperação mais eficiente.
5. Melhoria no relacionamento entre o idoso e os cuidadores
Quando os cuidados são personalizados, o idoso sente-se mais valorizado e respeitado, o que contribui para o fortalecimento da relação de confiança entre ambas as partes. Isto resulta num ambiente mais acolhedor, que favorece o bem-estar emocional do idoso.
Os maiores desafios na implementação da personalização no cuidado ao idoso
A implementação da personalização no cuidado ao idoso é um desafio complexo que envolve diversos fatores. Destacamos os principais.
Falta de recursos financeiros
A personalização dos cuidados requer uma equipa multidisciplinar, composta por médicos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas, assistentes sociais, entre outros. No entanto, a falta de recursos financeiros pode resultar num défice de pessoal, levando a uma sobrecarga de trabalho e à impossibilidade de oferecer um cuidado personalizado e abrangente.
Falta de profissionais capacitados
É necessário investir na formação de profissionais para a personalização no cuidado ao idoso. Isto inclui a criação de programas de formação especializados, a inclusão da área de cuidados ao idoso na formação de profissionais de saúde e o incentivo financeiro e de reconhecimento profissional para aqueles que escolhem especializar-se nesta área.
Barreiras culturais e sociais
Uma das principais barreiras culturais é a visão tradicional e estereotipada do envelhecimento. Os idosos tendem a ser vistos como dependentes, frágeis e incapazes de tomar decisões por si. Esta visão limitada pode resultar na implementação de cuidados padronizados e impessoais, que não têm em consideração as preferências e necessidades específicas de cada idoso.
Além disso, a falta de consciencialização sobre os benefícios da personalização no cuidado ao idoso também é uma barreira significativa. Muitas pessoas, incluindo profissionais de saúde e cuidadores, podem não estar familiarizadas com abordagens personalizadas e os seus impactos positivos na saúde e bem-estar dos idosos. A falta de conhecimento e compreensão sobre esta abordagem pode levar à resistência à mudança e à adoção de práticas mais padronizadas.
Estratégias para promover a personalização no cuidado ao idoso
A personalização no cuidado ao idoso é essencial para garantir que as suas necessidades individuais são satisfeitas de forma adequada. Neste contexto, é importante desenvolver estratégias que promovam esta mesma personalização, garantindo que cada idoso recebe o cuidado que precisa.
Formação dos profissionais
É necessário que os profissionais desenvolvam competências de comunicação e empatia para a personalização no cuidado ao idoso, para compreenderem as suas necessidades e desejos individuais. Além disso, é importante serem formados em questões relacionadas com o envelhecimento, como doenças crónicas, demência e cuidados paliativos, para oferecer um cuidado adequado e personalizado.
Adoção de práticas centradas no idoso
Isto significa que o cuidado deve ser baseado nas preferências e necessidades de cada idoso, tendo em consideração a sua história de vida, as suas preferências, as suas atividades preferidas e os seus interesses pessoais. Estas práticas centradas no idoso podem incluir a criação de planos de cuidado individualizados, a promoção da autonomia e da participação ativa do idoso no seu próprio cuidado e a valorização da sua e privacidade.
Promoção de políticas públicas que valorizem a personalização no cuidado ao idoso
Estas políticas podem incluir a criação de diretrizes e protocolos que orientem os profissionais na prestação de um cuidado personalizado, a criação de incentivos financeiros para organizações de saúde que promovam a personalização no cuidado ao idoso e a implementação de programas de controlo e avaliação da qualidade do cuidado prestado.
A personalização no cuidado ao idoso é essencial para promover o seu bem-estar e a sua qualidade de vida. Ao reconhecer e respeitar as necessidades individuais de cada idoso, é possível criar um ambiente acolhedor e seguro, fortalecer os laços sociais e emocionais, além de promover a saúde física e mental. É fundamental que os profissionais e cuidadores estejam atentos a esta necessidade de personalização, tendo sempre como objetivo o melhor cuidado possível para os idosos.
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