Close

23 Novembro, 2020

Cuidados a ter com a pele do idoso

Cuidados a ter com a pele do idoso

A pele é o maior órgão do corpo humano e encontra-se na linha da frente na proteção do corpo contra agressões externas. A sua proteção deve ser uma prioridade, principalmente no caso de peles mais sensíveis como a do idoso. Como tal, existem diversos cuidados a ter com a pele do idoso.

Neste contexto de COVID-19, o uso frequente de álcool gel desinfetante e máscara requerem também uma atenção redobrada nos cuidados a ter.

Quais as camadas que formam a pele?

A pele é composta por 3 camadas e diversas células, responsáveis pelo tato e por desempenhar várias funções de proteção do corpo.

  • A epiderme atua como barreira contra agentes nocivos como bactérias e fungos e impede a perda de líquidos, mantendo o corpo hidratado. Os sinais de uma pele envelhecida são visíveis nesta camada exterior. Segundo estudos divulgados no Journal of Aging and Innovation, a epiderme pode perder entre 5% e 30% de espessura a partir dos 60 anos de idade.
  • A camada intermédia designa-se por derme e é responsável pela elasticidade e resistência da pele, em especial quando ocorrem feridas. Os estudos anteriormente mencionados revelam que cerca de 20% de espessura da derme diminui nos indivíduos com mais de 65 anos, o que pode aumentar o risco de problemas cutâneos. 
  • A hipoderme é a camada mais profunda, sendo responsável por armazenar células gordurosas essenciais à energia e à regulação da temperatura do corpo. 

Quais os sinais de envelhecimento da pele?

O envelhecimento da pele é um processo bastante precoce, que começa a mostrar os seus primeiros sinais aos 25 anos. Os principais sinais de envelhecimento da pele são:

  • Rugas: aparecerem em diferentes partes do rosto, sendo mais visíveis no canto dos olhos, na testa, nas maçãs do rosto e entre o nariz e o lábio superior (sulco nasogeniano) e podem ser acentuadas pelas expressões faciais. As expressões faciais influenciam o aparecimento das rugas em certas zonas, as quais se vão tornando mais profundas com o passar dos anos. 
  • Pele flácida: causada pela diminuição de volume associada à redução da capacidade natural de regeneração da pele. A pele flácida pode provocar alterações à fisionomia do rosto, levando à perceção de um rosto triste e cansado, situação que pode reduzir a autoestima do idoso. 
  • Pele seca, fina e sem brilho: relacionada com a redução da densidade e elasticidade da pele. Por vezes, a pele dos idosos também pode tornar-se mais espessa e amarelada em zonas como o pescoço. 
  • Manchas de idade: causadas pela elevada exposição ao sol que provocam manchas escuras na pele. No caso dos idosos, a pele pode aparentar outro tipo de manchas, como resultado de equimoses e hemorragias.

Qualquer um destes sinais pode ir aparecendo ao longo dos anos, sendo mais acentuados na pele dos idosos. A pele mais envelhecida pode ficar mais suscetível a infeções e ao aparecimento de manchas e crostas. Também pode estar associada ao desenvolvimento de tumores (basalioma e carcinoma espinho celular), eczemas e úlceras varicosas.

A capacidade de cicatrização da pele dos idosos também é menor, comprometendo a recuperação de feridas e aumentando a probabilidade de infeções.

Quais os factores prejudiciais à pele?

Existem vários fatores que têm um enorme impacto na pele, desde a perda de capacidade de retenção de água à redução da densidade da pele.

Fatores internos (endógenos)

  • Genética: o tipo de pele e as hormonas podem determinar o aparecimento de sinais de envelhecimento mais cedo ou em idade mais avançada. Alterações biológicas como a menopausa e respetiva redução de estrogénio afetam a regeneração das células. Como tal, as diferenças na composição da pele masculina e feminina requerem diferentes cuidados. 
  • Doenças e lesões: as cicatrizes causadas por operações, queimaduras, quedas ou a imobilização parcial ou completa de um indivíduo podem provocar traumas cutâneos. A realização de tratamentos com recurso a pensos e material adesivo também pode causar irritações na pele. Doenças como diabetes também têm um impacto na saúde da pele.

Fatores externos (exógenos)

  • Exposição aos raios UV, poluição do ar, principalmente na pele localizada em zonas mais expostas como a cara e as mãos. Ao longo dos anos, a capacidade de combater elementos prejudiciais provocados pelo meio envolvente (como o stress oxidativo) vai diminuindo, destruindo as células e comprometendo a pele dos idosos. 
  • Estilo de vida: a adoção de hábitos pouco saudáveis como fumar, consumir bebidas alcoólicas, dormir menos horas que o aconselhado, ter uma alimentação desequilibrada e a falta de cuidados adequados contribui para o envelhecimento da pele.
  • Algumas atividades como hidroginástica ou fisioterapia em piscinas bem como o consumo de medicamentos pode também estar associadas a alergias cutâneas.

Quais os cuidados a ter com a pele do idoso?

Ao sentir frio, calor ou dor, a pele sinaliza a necessidade de proteger o corpo do meio envolvente. Como tal, os cuidados com a pele são essenciais para garantir a saúde deste órgão tão vital e do resto do corpo. 

Alguns cuidados básicos a ter:

Higiene diária

  • Tomar banhos curtos e com água não muito quente. Poderá ser necessário utilizar um sabonete com PH mais adequado e privilegiar produtos hipoalergénicos. O registo dos cuidados de higiene diários pode ser feito através do Ankira;
  • Usar hidratantes, compostos por retinol e colagénio, que compensam a perda da capacidade natural das células da pele;
  • Se a mobilidade do idoso assim o permitir, deve praticar exercício físico, uma vez que contribui para a circulação sanguínea e, por sua vez, para o transporte de nutrientes para a pele;
  • Usar protetor ou bálsamo labial para evitar cieiro e lábios gretados;
  • Pequenos gestos como fazer uma limpeza diária ajudam a manter a pele limpa e saudável. Contudo, existem situações em que este passo requer cuidados especiais, tal como a existência de feridas ou pele sensível;
  • No caso dos homens, o ato de barbear deve ser feito com cuidado, com produtos adequados e o corte deve ser feito no sentido do crescimento do pêlo. Nas zonas sensíveis, como o pescoço, é necessária uma atenção redobrada para evitar cortes;
  • Dormir o número de horas aconselhadas é essencial para a saúde, pelo que o efeito de um repouso com menos horas de sono pode refletir-se na pele. 

Alimentação

  • Beber pelo menos 2 litros de água por dia;
  • Dieta equilibrada, com consumo frequente de fruta e legumes, tais como laranja, alperce, cenouras, espinafres, leguminosas, tomate e abacate. O facto de os frutos vermelhos serem antioxidantes e os frutos secos terem ácidos gordos faz com que sejam alimentos recomendados para a vitalidade da pele. Ingredientes ricos em vitamina A e C também ajudam a combater os problemas associados ao envelhecimento da pele;
  • Relativamente à alimentação, também se deve evitar gorduras, alimentos com açúcar refinado, comida processada, consumo de bebidas alcoólicas ou de substâncias prejudiciais como o tabaco. 

Hábitos gerais

  • Durante o inverno, a utilização de gorros, cachecóis e luvas ajudam a manter a temperatura do corpo estável, prevenindo frieiras e pele seca;
  • Com a chegada do verão, é essencial utilizar protetor solar, de preferência com um fator superior a 30 e ir aplicando várias vezes ao dia, consoante o nível de exposição solar;
  • A polimedicação pode causar o aparecimento de sintomas na pele, pelo que é necessário uma constante vigilância e ajuste da medicação. A utilização de pensos ou outro tipo de adesivos nos tratamentos também pode ser prejudicial à pele.

O cumprimento de qualquer um destes cuidados a ter com a pele do idoso depende da situação de cada um e do seu acompanhamento por parte de terceiros. Quando possível, o idoso e os cuidadores devem ter em atenção o aparecimento de sinais, manchas, alteração das unhas ou qualquer um destes sintomas e devem contactar um dermatologista. 

Cuidados adicionais devido ao COVID-19

Tanto o uso da máscara como o uso frequente de produtos desinfetantes podem causar problemas cutâneos como ardor, prurido e descamação. Estes efeitos podem ter um impacto mais grave no caso de peles sensíveis como a dos idosos, principalmente se tiverem alguma doença de pele. 

Algumas sugestões de cuidados a ter:

  • Privilegiar a lavagem das mãos com água e sabonete, em vez de desinfetar as mãos com álcool gel;
  • Utilizar álcool gel com uma composição química recomendada em vez de álcool etílico;
  • Secar bem as mãos, evitando esfregar a pele na toalha;
  • Hidratar a pele das mãos e da cara com maior frequência, com cremes adequados e, de preferência, sem perfume.

Todos estes gestos, em especial os relativos ao cumprimento das normas de prevenção de COVID-19 exigem um esforço redobrado nos cuidados da pele do idoso.

De forma a contribuir para a saúde dos idosos, o Ankira disponibiliza diversas funcionalidades para os lares, desde o registo dos cuidados de higiene individuais à mais recente necessidade de monitorização de casos COVID-19

Experimente o Ankira de forma gratuita, por 15 dias.