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25 Novembro, 2021

Diabetes nos idosos

Controlo de diabetes no idoso através da medição dos níveis de glicemia através de um glicosímetro

Uma alimentação equilibrada, hábitos de vida saudáveis e atividade física adequada são 3 elementos-chave na rotina de qualquer indivíduo diagnosticado com diabetes. Contudo, os diabetes nos idosos requerem mais atenção e monitorização devido ao perigo de originar complicações. 

Neste sentido, é fundamental partilhar mais informação sobre a doença, incluindo sobre os fatores de risco, o seu diagnóstico e respetivo tratamento.

Como se diagnostica?

A diabetes tipo 1 afeta maioritariamente adolescentes ou jovens adultos. Existe também o caso da diabetes gestacional durante o período de gravidez. No entanto, a diabetes tipo 2 surge predominante nos idosos ou indivíduos com excesso de peso e/ou com um estilo de vida sedentário.

Nestes casos, o organismo não consegue assegurar o equilíbrio dos níveis de insulina. Tanto pode acontecer devido à resistência à insulina do próprio organismo ou à incapacidade do pâncreas de produzir níveis de insulina suficientes.

A hiperglicemia, que significa um aumento da quantidade de açúcar no organismo, pode provocar uma sensação de boca seca e/ou de cansaço. A visão turva, náuseas e um aumento de transpiração e de sede são também sintomas comuns. 

Por sua vez, a hipoglicemia está relacionada com a diminuição dos níveis de açúcar, geralmente abaixo dos 50 mg/dl. Nestas situações, basta um período de jejum ou a realização de exercício físico sem os devidos cuidados para provocar um desequilíbrio nos níveis de açúcar. Os sintomas podem variar entre palidez, palpitações e dificuldade em seguir um raciocínio. 

De acordo com a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal, a diabetes é diagnosticada:

“se o utente tiver uma glicemia ocasional de 200 mg/dl* ou superior com sintomas

ou se tiver uma glicemia em jejum (8 horas) de 126 mg/dl ou superior em 2 ocasiões separadas de curto espaço de tempo.”

Existem também certos casos identificados como pré-diabetes em que os valores acusam níveis acima do normal mas menores que os considerados para diagnosticar a doença. 

Pode haver casos em que o diagnóstico é feito devido ao resultado de exames médicos realizados por outros motivos, sem terem sido identificados sintomas. 

As análises de rotina tanto de sangue como de urina são também uma forma muito útil de detetar a doença. No caso dos idosos, estes exames periódicos são de extrema importância tanto para o controlo da diabetes como para prevenir outras comorbidades. 

Quais os fatores de risco?

Como afirmado anteriormente, a diabetes tipo 2 está associada a diversos fatores de risco: considerando-se como possuidoras de risco acrescido de desenvolvimento de diabetes as pessoas com:

  • Excesso de peso (IMC ≥ 25) e Obesidade (IMC ≥ 30);
  • Estilo de vida sedentário;
  • Tabagismo;
  • Hipertensão arterial;
  • Histórico familiar, em primeiro grau;
  • Idade ≥ 45 anos;
  • História de doença cardiovascular prévia:
    a) Doença cardíaca isquémica, doença cerebrovascular e doença arterial periférica; 
  • Dislipidemia; 
  • Intolerância à glicose em jejum e diminuição da tolerância à glicose, prévias; 
  • Consumo de fármacos que predisponha à diabetes.

A análise de sintomas e fatores de risco é essencial para prevenir um diagnóstico tardio.

Quais as possíveis complicações?

Um dos maiores problemas associados à diabetes no idoso é que pode originar várias complicações.

A instabilidade dos valores de açúcar no sangue prejudicam o bom funcionamento do organismo, podendo causar danos em diversos órgãos vitais como os rins e o coração e outras partes do corpo. 

Uma das situações mais frequentemente registadas é a perda de visão e a diminuição de sensibilidade nas extremidades como nos pés, chegando a ser necessária a sua amputação. 

Por último, importa relembrar que podem existir comorbidades que já por si só exigem determinados cuidados mas que, num quadro clínico associado à diabetes nos idosos podem ser fatores de maior risco. É neste sentido que importa mais uma vez reforçar a importância da sua prevenção. 

Qual o tratamento?

“Em Portugal estima-se que a diabetes afete 13,3% da população com idades entre os 20-79 anos, das quais 44% desconhecem ter a doença. Diariamente são diagnosticados com diabetes em Portugal cerca de 200 novos doentes.”
Serviço Nacional de Saúde, 2018

No entanto, desde 1999 que, em Portugal, se tem vindo a verificar uma diminuição da taxa de registo de episódios de internamento hospitalar por diabetes com complicações não especificadas. Estes resultados coincidem com o aparecimento e melhoria da acessibilidade das pessoas com diabetes aos dispositivos médicos de autovigilância e à melhoria dos cuidados em geral à população com diabetes.

Assim, o determinante para diminuir o impacto negativo desta doença crónica depende em grande medida da vigilância  que é realizada. Assim, esta vigilância deve incluir:

a) Promoção de estilos de vida saudável;
b) Vigilância nutricional;
c) Ensino para a autovigilância da diabetes;
d) Monitorização da glicemia dos doentes em situação de dependência;
e) Administração de terapêutica em doentes em situação de dependência;
f) Monitorização da pessoa com diabetes nas primeiras doze horas após situações emergentes;
g) Prevenção e rastreio do pé diabético;
h) Intervenção na ferida do pé diabético;
i) Avaliação periódica da evolução da diabetes.

Uma vigilância correcta e sistemática  permitirá manter os níveis estáveis e controlados, proporcionando uma melhor qualidade de vida às pessoas portadoras desta doença.

As instituições que prestam serviços a idosos, devido à incidência desta doença nesta faixa etária da população, devem incluir nos seus serviços práticas de vigilância, quer preventivas, quer curativas.  

O Ankira dispõe de ferramentas que ajudam a esta vigilância, designadamente, no registo e consulta das avaliações dos níveis de glicemia ao longo do tempo, assim como, aspectos da alimentação como as dietas e alimentos consumidos ao longo do tempo, por cada utente.

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