Hipertensão arterial do idoso
O diagnóstico de hipertensão arterial do idoso é definido quando se regista um aumento persistente da pressão arterial acima dos valores considerados normais, tendo em consideração o estado de saúde em geral do idoso.
De acordo com as Guidelines de 2018 da ESH/ESC para o Tratamento da Hipertensão Arterial, “A prevalência de hipertensão aumenta com a idade, com prevalências que rondam os 60% a partir dos 60 anos e cerca de 75% acima dos 75 anos”.
No entanto, existem inúmeras formas de prevenir e controlar o aumento dos níveis de pressão arterial, pelo que se torna essencial a partilha de hábitos saudáveis que possam ser aplicados no dia-a-dia.
Importância da monitorização
O diagnóstico de hipertensão arterial (HTA) é definido quando são registados valores iguais ou acima de 140 mmHg (pressão sistólica) e/ou iguais ou acima de 90 mmHg (pressão diastólica), de forma persistente e em três ou mais ocasiões distintas. Os valores considerados normais/altos devem ser monitorizados de forma mais frequente uma vez que podem ser indicadores de um maior risco de desenvolver HTA.
No entanto, é necessário analisar caso a caso. No caso dos idosos, os valores podem sofrer várias alterações ao longo do dia e a toma de medicação e a hora da refeição podem influenciar os valores, pelo que é necessário realizar a avaliação em diferentes períodos do dia. A existência de outros fatores de risco como diabetes pode igualmente afetar os valores.
Na realização da avaliação deve-se ter em conta o contexto em que ela é realizada, como o local, as pessoas que realizam essa avaliação e os instrumentos utilizados. Para algumas pessoas, uma consulta médica pode gerar ansiedade (Hipertensão Bata Branca) e provocar o aumento dos valores. Por outro lado, também se podem verificar valores menores durante a consulta que não correspondem aos registados anteriormente noutros contextos ou com outros dispositivos (Hipertensão Mascarada). E, ainda, uma avaliação realizada numa posição sentada, deitada ou de pé deve também ser considerada para identificar e excluir situações de hipotensão ortostática.
Sintomas de hipertensão arterial
A HTA é uma doença assintomática, sendo por isso frequentemente considerada uma doença silenciosa. Contudo, existem alguns sintomas comuns, nomeadamente tonturas e dor de cabeça, que podem estar associados a outras comorbilidades e/ou a complicações em determinados órgãos, provocados pela hipertensão.
Neste contexto, é extremamente relevante sublinhar que o diagnóstico de hipertensão deve ser feito exclusivamente através da avaliação realizada por um médico ou profissional, utilizando um esfigmomanómetro calibrado ou outro dispositivo igualmente apropriado e respetiva análise e comparação dos valores consecutivos.
No caso dos idosos, esta monitorização é crucial uma vez que o aumento da pressão arterial pode provocar outras doenças cardíacas, incluindo o aumento do risco de AVC.
É igualmente necessário alertar para as consequências de um aumento súbito da pressão arterial, acompanhado ou não de outros sintomas de forma a evitar complicações mais graves que possam afetar os órgãos vitais.
Apesar de não estarem diretamente associados a um diagnóstico de hipertensão, os valores baixos de pressão arterial devem ser igualmente observados por um médico, em especial se forem acompanhados de sintomas como tonturas ou palpitações, uma vez que podem representar outras causas tais como doenças cardíacas.
Prevenção da hipertensão arterial
“A HTA é uma doença que pode ter cura, no entanto, este fato ocorre numa minoria dos casos. Em menos de 10% dos hipertensos encontramos uma causa curável para a doença.” Sociedade Portuguesa de Hipertensão
A HTA é uma doença causada por diversos fatores de risco. Em primeiro lugar, a prevalência da pressão arterial sistólica aumenta com a idade, em parte devido à perda de elasticidade dos vasos sanguíneos e às alterações que ocorrem no revestimento das paredes das artérias e do coração.
Por outro lado, outras doenças renais e/ou alterações hormonais como a menopausa, podem também conduzir a situações de HTA e o próprio estado de saúde do idoso pode influenciar a capacidade de resposta ao tratamento proposto.
Existem diversas opções de tratamento farmacológico, mas o tratamento da hipertensão arterial do idoso deve ser cuidadosamente analisado devido à existência de outras doenças e respetivos tratamentos.
Contudo, a prevenção de HTA prende-se maioritariamente com a adoção de hábitos e de um estilo de vida saudável:
- Redução do consumo de sódio e sal: de acordo com um estudo publicado em 2018, 91,5% dos homens idosos portugueses e 80% das mulheres idosas ingerem sal em quantidades superiores à recomendada. Como tal, é essencial diminuir o consumo de alimentos ultraprocessados e moderar a quantidade de sal durante as refeições;
- Aumentar o consumo de alimentos ricos em potássio, presente nas leguminosas, frutos secos como avelãs, frutas como nêspera e banana e outros vegetais como o espinafre, beterraba, alface, entre outros;
- Segundo o estudo “A Hipertensão Arterial em Portugal 2013”, cerca de 50% dos doentes hipertensos têm um valor de colesterol total elevado. Pelo que adotar uma alimentação saudável, composta por nutrientes menos calóricos e sem gorduras saturadas ajuda igualmente a reduzir os níveis de colesterol, a controlar o peso e a prevenir a obesidade. Esta está associada à hipertensão arterial do idoso, devido ao risco de desenvolver diabetes e outras doenças cardíacas;
- Reduzir do consumo de álcool e beber as quantidades de água diárias recomendadas pelo médico;
- Apesar de o tabaco ser mais associado a doenças respiratórias, fumar também pode ter consequências a nível cardíaco pelo que deixar de fumar é uma das recomendações sugeridas na prevenção de HTA;
- Fazer exercício físico diariamente, de acordo com a capacidade motora do idoso contribui para um estilo de vida saudável e para combater situações de stress e sedentarismo que podem igualmente conduzir a situações de hipertensão arterial;
- Por último, é essencial desmistificar mitos relativamente ao impacto dos fatores de risco e aos efeitos da medicação, bem como partilhar informações relativas à importância de uma alimentação equilibrada e das vantagens da adoção de hábitos saudáveis.
A monitorização e o registo dos valores da pressão arterial bem como de outros parâmetros tais como frequência cardíaca, glicemia capilar e temperatura podem ser feitos e acompanhada a sua evolução, na Área de Apoio Clínico do Ankira.
Através desta funcionalidade, também é possível consultar e exportar as monitorizações de sinais vitais para os utentes da instituição bem como disponibilizar os últimos valores registados na nota de alta ou de transferência de cada utente. Experimente o Ankira de forma gratuita, durante 15 dias.