O Plano Individual do Idoso – Parte IV
Avaliação e redefinição de objetivos
O quarto e último artigo, desta série dedicada ao Plano Individual (PI), será sobre a avaliação e redefinição de objetivos, fase que fecha o ciclo e dá início a um novo PI.
De acordo com o Manual dos Processos Chave da Segurança Social (MAPCSS), a avaliação do PI deverá englobar os seguintes elementos:
- Resultados atingidos;
- Avaliação qualitativa e quantitativa e desvios face ao planeado;
- Propostas de reformulação/revisão.
Assim, como vimos nos artigos anteriores, para cada objetivo é importante que sejam definidos indicadores de avaliação, assim como a escala de avaliação a aplicar. Todo este processo será facilitado e tornar-se-á mais eficaz se as instituições dispuserem de ferramentas informáticas capazes de registar e tratar esta informação.
Com ferramentas como o Ankira, as instituições já dispõem de uma escala de avaliação, quer para cada objetivo, quer para o PI no seu todo: totalmente atingido; parcialmente atingido e não atingido.
EXEMPLOS
EXEMPLO 1
A título de exemplo, vejamos o seguinte caso:
Necessidades/Problema | Objetivos | Intervenção | Responsável |
Dependência nas atividades de higiene pessoal e banho.
(Score de 80 pontos na Escala de Barthel) |
– Assegurar o apoio nas atividades de higiene pessoal e banho, antes do pequeno-almoço, conforme preferência expressa pela utente. | – Apoiar diariamente as atividades de higiene pessoal e banhos (ver registos das AVD). | Encarregada/o |
Se o objetivo estivesse definido apenas desta forma simplificada, não existiria nenhum resultado concreto a atingir, e a avaliação final seria bastante subjetiva. O mais correto seria definir objetivos com metas, particularmente nos casos em que não for evidente para toda a equipa o que representa um objetivo atingido, parcialmente atingido ou não atingido.
No caso desta linha do PI, suponha-se que estava definida como meta a execução de 95% dos registos de higiene previstos (ou, de outra forma, um máximo de 5% de cuidados não prestados) para o cumprimento do objetivo.
A área de Controlo de Registos do Ankira permite a monitorização de todos os registos efetuados face ao planeado. Os totais em cada utente permitem avaliar rapidamente a taxa de execução de cada serviço (e.g. higiene pessoal) ou tarefa específica (e.g. lavar a cabeça).
Quando for o momento de avaliação dos objetivos do Plano Individual, os profissionais podem consultar se as atividades de higiene pessoal foram apoiadas diariamente (indicadores) como o previsto no PI, recorrendo aos registos.
É possível que, ao fazer a reavaliação das necessidades do utente, se verifique que este deixou de necessitar deste apoio. A reformulação dos objetivos no plano seguinte poderá ser feita por exemplo da seguinte forma:
Necessidades/Problema | Objetivos | Intervenção | Responsável |
Aquisição de autonomia nas atividades de higiene pessoal e banho. | – Assegurar as condições necessárias para que o utente realize autonomamente as atividades de higiene pessoal e banho;
– Supervisão semanal das atividades. |
– Supervisão uma vez por semana das atividades de banho e higiene pessoal;
-Fornecimento dos produtos necessários. |
Encarregada/o |
EXEMPLO 2
Vejamos um segundo exemplo, com objetivos partilhados por várias áreas de intervenção:
Necessidades/Problema | Objetivos | Intervenção | Responsável |
Utente com Défice Cognitivo Ligeiro (MMSE)
Utente sem Depressão (10 pontos na Escala de Depressão Geriátrica -EDG) Utente Satisfeita com o seu suporte social (53% na Escala de Avaliação da Satisfação com o Suporte Social – EASSS) Utente manifestou preferência pelas atividades de grupo. |
– Prevenir o aumento do défice cognitivo. | – Proporcionar atividades de estimulação cognitiva (ver registo de atividades). | Psicóloga/o e Animador/a |
– Manter a utente sem depressão. | – Promover a participação nas atividades e apoiar a utente na escolha das atividades com maior significado para si.
– Integrar a utente nas atividades coletivas (ver registos de atividades). – Promover uma sessão mensal de acompanhamento psicológico. |
Psicóloga/o e Animador/a | |
– Manter e, se possível, aumentar a satisfação com o suporte social. | – Promover a ida a casa dos filhos uma vez por semana, conforme o combinado com a família (ver registos de saídas). | Técnico Serviço Social |
Considerem-se os seguintes dados como indicadores, para fazer a avaliação dos objetivos do Plano Individual:
- Aplicação de novo MMSE, o score mantém-se igual; A avaliação será “totalmente atingido”.
- Aplicação da EGD, cujo score se mantém igual; A avaliação será “totalmente atingido”.
- Aplicação da EASSS, score de 41%, verificando-se que de acordo com a escala, as razões da insatisfação estão relacionadas mais com a família do que com os amigos; A avaliação é “Não atingido”.
- Verificação da participação nas atividades realizadas no Ankira, para avaliar em que medida as atividades realizadas cumprem o que está no PI e se, na avaliação das atividades, podemos ter pistas sobre as que mais se adequam a cada residente.
Nos separadores Evolução e Registos do PII os técnicos têm acesso aos vários registos efetuados durante o período do plano, incluindo os das áreas de apoio clínico e de apoio psicossocial.
Avaliação e acompanhamento
Assim, na reunião com o residente e familiares, poderá expor-se com base em evidências quais são os objetivos que não foram cumpridos e as razões que estão na base, com vista a que novos objetivos sejam acordados e seja, mais facilmente, conquistada a participação dos intervenientes para os alcançar.
Sem prejuízo do contínuo ajustamento do PI às necessidades de cada residente, os momentos de monitorização e avaliação dos objetivos do Plano Individual devem envolver todos os intervenientes. Não há períodos rígidos definidos nas normas, mas tendo em conta a natureza dos serviços prestados pelas ERPI e o tipo de objetivos que normalmente são definidos, a avaliação anual parece ser aquela que recolhe maior consenso. O mais importante é que seja definida uma periodicidade que seja adequada à instituição e ao perfil de utentes que esta apoia, e que haja uma sistematicidade na avaliação e monitorização.
O resultado da monitorização e avaliação é analisado e sistematizado com o residente/representante, sendo registado, datado, assinado por todas as partes e arquivado no processo individual do mesmo.
Com o Ankira, facilmente se consegue fazer uma impressão do documento, perfeitamente formatado, com o logótipo da instituição, para arquivar no processo de cada residente.
Ainda segundo o MAPCSS , no caso da Organização atuar como um sistema integrado, fornecedora de uma rede de serviços complementares e interdependentes, como Centro de Dia, Serviço de Apoio Domiciliário, entre outros, esta pode elaborar um único Plano Individual transversal a toda a Organização, específico para o cliente, desde que contemple no mesmo as especificidades da resposta social na ótica de um Projeto de Vida individual, integral e integrado.
Se gostaria de saber mais sobre todas as funcionalidades do Ankira referentes ao Plano Individual, descubra o passo a passo sobre a criação do PI.
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