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19 Agosto, 2020

Sono no idoso: problemas e tratamentos

Sono no idoso

O sono na terceira idade, tal como em qualquer fase da vida, é muito importante para a saúde e o bem-estar dos indivíduos. 

É após a fase adulta (em que a atividade física e mental é mais intensa), que o sono tende a estabilizar entre as 5 e 7 horas diárias. Os idosos conseguem o mesmo nível de repouso com menos horas de sono, explica um estudo divulgado na revista científica Sleep Health. 

No entanto, esse período de sono é muitas vezes marcado por perturbações, com diversas causas e várias formas de tratamento, que merecem a atenção de idosos e respetivos cuidadores. O descanso deficitário durante o sono “está diretamente associado a problemas de saúde cardiovascular, metabólica, mental e imunológica”, explica a mesma pesquisa.  

Problemas de sono mais comuns 

As insónias e a apneia do sono são identificadas como as principais perturbações durante o sono em toda a população mundial, que tendem a manifestar-se com mais intensidade na terceira idade. 

A insónia é caraterizada pela dificuldade em adormecer ou retomar o sono, após uma inesperada interrupção (a meio da noite), por largos períodos de tempo. A insónia pode estar relacionada com estados de ansiedade ou depressão no idoso, alterações emocionais (como o luto) ou doenças, sendo o Alzheimer umas das identificadas com maior impacto no sono. 

Já a apneia do sono é uma redução significativa do volume respiratório ou uma suspensão momentânea da respiração que resulta num episódio de falta de ar. É causada por obstruções das vias aéreas, disfunções neurológicas na função respiratória ou a combinação dos dois sintomas. 

Existem também outras perturbações de sono, que se manifestam na terceira idade, como: 

  • Narcolepsia: sonolência súbita e excessiva, causada por uma alteração neurológica; 
  • Hipersónia: o oposto da insónia, sono prolongado em demasia, quer de noite, quer de dia; 
  • Parassonia: bruxismo e sonambulismo são exemplos de parassonia. Trata-se de um distúrbio caraterizado por movimentos exagerados e inapropriados para um sono tranquilo.

Tratamentos a considerar

O tratamento para a maioria dos problemas de sono deve ser o mais natural possível, numa primeira fase. Se não surtir resultados, deve então ser considerada uma abordagem farmacológica. Isto se o idoso não sofrer de nenhuma doença que tenha impacto direto no sono. Em qualquer das situações, deve haver um acompanhamento médico em todo o processo. 

A higiene do sono, com terapias não farmacológicas, carateriza-se por: 

  • Respeitar uma rotina horária de sono consistente durante todos os dias da semana ou fim de semana, independentemente das atividades a fazer; 
  • Procurar diminuir as “sestas” durante o dia, mantendo o idoso ativo física e mentalmente (dentro das suas capacidades); 
  • Manter o ambiente o mais adaptado possível para um sono tranquilo: sem luzes ligadas, a uma temperatura agradável e sem quaisquer ruídos (pode inclusive recomendar-se tampões para os ouvidos, caso não seja possível respeitar esta última recomendação); 
  • Reduzir a tensão pré-sono: não apressar o adormecer, com referência a horários, por exemplo – pode causar ansiedade; 
  • Desenvolver uma espécie de ritual pré-sono, para que o corpo vá reconhecendo a aproximação do momento de adormecer: beber um chá ou tomar um banho quente, por exemplo; 
  • Fazer atividades relaxantes no final de dia, início da noite: ler, ouvir música tranquila, conversar, fazer alongamentos ligeiros; 
  • Deve-se evitar a cafeína ou o álcool após o almoço; 
  • Caso o idoso tenha condições para tal, recomenda-se exercício físico durante o dia: caminhada, ginástica adaptada, natação, etc.

Em alguns casos, estes cuidados podem não ser suficientes para ultrapassar os problemas de sono no idoso. Ainda assim, mesmo que seja feita medicação para tratar as perturbações, estas são boas práticas que devem ser mantidas pelos cuidadores. 

Os problemas de sono devem ser do conhecimento de todos aqueles que lidam com o idoso diretamente e, no caso de estar institucionalizado, devem constar no processo clínico e no Plano Individual de Intervenção do utente.

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