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26 Junho, 2020

Mobilidade reduzida e risco de queda na terceira idade

Mobilidade Reduzida Software para gestão de IPSS, lares de idosos e centros de dia instrumentos de avaliação

Algo tão simples como caminhar pode tornar-se numa tarefa difícil na terceira idade. É  uma realidade para a qual o idoso e todos os que o rodeiam devem estar sensibilizados. 

Estudos indicam, por exemplo, que a velocidade da marcha mantém-se regular, por norma, até aos 70 anos de idade. Depois diminui 15% por década. 

As alterações na mobilidade têm diversas causas e provocam um impacto significativo nas atividades da vida diária dos idosos. Neste artigo analisamos os vários fatores a ter em conta nesta questão, os perigos e formas de os evitar. 

Alterações normais e previsíveis relacionadas com mobilidade

Com o envelhecimento do corpo é normal que algumas das capacidades motoras se alterem. Por isso, existem algumas caraterísticas da marcha que são previsivelmente alteradas neste processo. Entre elas, encontram-se as seguintes: 

  • Velocidade. Como vimos, estudos indicam que a partir dos 70 anos é expectável que a velocidade da marcha reduza em 15% por década. Isto está relacionado com o facto de pessoas idosas darem passos mais curtos na mesma cadência. Mas a principal causa desta alteração está na diminuição da força muscular nas pernas, especificamente nos gémeos.
  • Cadência dos passos. Estreitamente relacionada com o ponto anterior, esta característica também regista alterações com o avançar da idade em pessoas idosas. indivíduo. No entanto, a relação com a mobilidade não é tão direta já que depende da altura do idoso. Pessoas mais altas dão passos mais longos e consequentemente têm uma cadência mais lenta. Pelo contrário, pessoas mais baixas dão passos mais curtos e, por isso, com uma cadência mais acelerada.  
  • Postura. A postura também está relacionada com a mobilidade nos idosos. Verifica-se que na terceira idade a tendência é para as pessoas caminharem numa posição ereta, sem inclinação para a frente, mas com maior rotação pélvica e lordose lombar. Esta é uma alteração da mobilidade previsível porque está relacionada com o enfraquecimento dos músculos abdominais e do quadril. 
  • Equilíbrio. A capacidade de equilíbrio, onde a resposta muscular e o tempo de reação implicam bastante, diminui com a idade. E essa diminuição tem consequências diretas para a mobilidade. 
  • Tempo de duplo apoio. Trata-se do tempo em que, em marcha, o indivíduo tem os dois pés no chão, entre passos. Este período tende a aumentar na terceira idade. Em termos concretos, a percentagem que  representa esse tempo na totalidade da marcha pode aumentar de 18%, na idade adulta, para 26% ou mais na terceira idade. A causa deste aumento está em todos os pontos anteriormente descritos e também no medo inerente da queda, uma vez que em duplo apoio, o idoso sente-se mais estável e seguro.
  • Diminuição dos reflexos. É um processo normal do envelhecimento que faz com que as quedas tenham consequências diferentes para idosos e não idosos. Numa situação imprevisível, como por exemplo tropeçar num obstáculo, enquanto uma criança ou jovem adulto tem o reflexo imediato de levar as mãos ao chão para se defender, num idoso isso não acontece. Se na maioria das quedas em crianças ou jovens a consequência mais grave seja partir um dos braços, num idoso a maior incidência é a fratura do colo do fémur, porque normalmente a zona de impacto é a anca.

 Alterações imprevisíveis 

Embora seja possível prever muitas alterações na mobilidade de pessoas idosas, há outras que surgem de forma mais ou menos imprevisível. Elas estão relacionadas, quase sempre, com: 

  • Distúrbios neurológicos. Estes distúrbios afetam inevitavelmente a coordenação do corpo, por exemplo. São bastante complexos e variam de caso para caso.
  • Lesões músculo-esqueléticas. A origem destas questões está, ao contrário do ponto anterior, nos músculos em si. Podem surgir de forma repentina ou desenvolver-se ao longo do tempo. 
  • Quedas ou acidentes. Esta é a causa mais imprevisível de todas. Com a estrutura óssea enfraquecida e os músculos menos flexíveis, uma queda na terceira idade pode causar alterações irreversíveis na mobilidade.  

Riscos associados à mobilidade reduzida 

O maior risco da mobilidade reduzida na terceira idade são as quedas. Estas representam 68,8% dos acidentes domésticos, especialmente quando analisamos estas ocorrências em residências de pessoas com mais de 65 anos, segundo um estudo do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Estudos têm demonstrado que 55% das quedas estão relacionadas com alterações de marcha e 32% com alterações de equilíbrio.

Associada à mobilidade reduzida está também a perda de autonomia e independênciaOu seja, esta perda de mobilidade tem implicações diretas no bem-estar físico e psicológico dos idosos. Deve, por isso, ser uma questão analisada de perto e com cuidado. 

Em lares de idosos, IPSS ou centros de dia é importante manter o registo atualizado de ocorrências associadas às quedas, de forma a analisá-las e, consequentemente, evitá-las.  

Como reduzir o risco de queda? 

Existem várias formas de atrasar e suavizar esta perda de mobilidade que – de certa forma – é inevitável a determinado momento da vida. Mas mesmo antes desse momento chegar, há adaptações a fazer no dia a dia e nos espaços frequentados pelos idosos, para diminuir o risco de queda. 

Para atrasar de alguma forma as alterações normais e previsíveis relacionadas com a mobilidade é importante procurar mantê-la. Ou seja: não parar, manter um estilo de vida ativo e saudável. Fazer exercício físico, ainda que adaptado à terceira idade, é um dos principais conselhos para atrasar esta perda de mobilidade. 

Paralelamente a estes estímulos físicos, é necessário adaptar os espaços que os idosos frequentam no seu dia a dia. Eis algumas medidas genéricas que devem ser adotadas: 

  • Adequar a iluminação em todos os espaços, mas especialmente em lugar mais propensos a quedas como, por exemplo, em zonas de escadas; 
  • Ter os interruptores ao alcance do idoso, especialmente junto à cama, para poder utilizar no momento de deitar/levantar;  
  • Assegurar a presença de apoios próximos, como, por exemplo, corrimãos em corredores maiores ou em escadas; 
  • Evitar o uso de chinelos e optar por calçado ajustado ao pé;
  • Evitar tapetes e carpetes no chão. 

Parte da estratégia para prevenir o risco de quedas passa também por uma avaliação frequente dos vários fatores que afetam a mobilidade na terceira idade. Essa avaliação deve ser registada, de forma a se poder analisar a sua evolução. No Ankira, é possível fazer esse registo detalhado, no Plano Individual de Intervenção de cada utente. É possível também calcular estatisticamente o risco da queda, com a aplicação da Escala de Morse. 

A redução da mobilidade em pessoas idosas é uma realidade, que deve ser aceite com serenidade e realismo. Há estratégias a adotar para atrasar este fenómeno e também para evitar consequências do mesmo, como é o caso das quedas. 

O Ankira, software de gestão de centros de dia, lares de idosos ou serviços de apoio domiciliário, permite registar o estado de saúde dos idosos e a sua evolução, assim como as suas necessidades relacionadas com mobilidade. Experimente gratuitamente a plataforma durante 15 dias e dê-nos o seu feedback.